Arte que aprimora a vida

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Por Mariella de Oliveira-Costa

Ler, interagir com outras pessoas e cantar. Essas são as coisas que a pequena Maria Julia de Sousa, de 11 anos, mais gosta de fazer quando não está na escola. Há três anos atrás, ela começou a estudar  música, violão, dança e artesanato no contraturno escolar, como aluna dos projetos da Enlace. A disciplina e experiência com as canções lhe deram desenvoltura e confiança e auxiliaram que ela passasse a integrar, desde o início do ano, o Coral infanto-juvenil Totus Tuus (do latim, Todo Seu), que busca resgatar a música sacra e desenvolver ações voltadas para a arte e a cultura.  Ela sente que cantar em um coral é uma forma de ajudar outras pessoas levando um pouco de arte e espiritualidade para quem assiste as apresentações.

Fãs de carteirinha, seus pais Sebastião Sousa  e Fabiana Sousa, e as duas irmãs, Vitória e Emanuelle, são orgulhosos e fazem questão de estar na plateia das apresentações da filha em Brasília. Quando a apresentação é em outro estado, é a mãe, professora, quem acompanha a filha. Para os ensaios, aos sábados, eles se revezam no leva-e- traz com outros parentes que também tem filhos no coral. “A participação dela nos projetos da Enlace sempre foi  fundamental para a sua integração com outras crianças e com a música. Moramos em uma comunidade carente, com muitos problemas sociais, é importante ter engajamento em um projeto social. Apesar de ser um pouco tímida, quando se envolve em projetos que trazem resultados, gosta muito”, afirma o pai, orgulhoso.

E a música faz parte da história dessa família. Os pais da Maria Julia estão casados há 20 anos e se conheceram cantando no coral da Paróquia São Pedro de Alcântara. “E mesmo sendo de uma família musical, ela era muito tímida. Depois que teve aulas com a maestrina Mariana Menezes, na Enlace, se desenvolveu demais”. Como Deus escreve certo por linhas certas, quando foi aprovada para participar do coral Totus Tuus, a  Maria Julia nem imaginava que voltaria a estar sob o comando da batuta da maestrina por quem tinha – e tem – especial afeição.

De acordo com a regente, estar em um grupo musical beneficia comprovadamente muitas áreas do desenvolvimento intelectual e humano. “Especialmente, para uma criança nesta faixa etária da Maria Julia, um benefício imediato é já ter que aprender a trabalhar em grupo. O que nós buscamos é um resultado sonoro, um som uniforme, o som do todo. Isso é muito diferente do som individual de cada um e as crianças aprendem a se ouvir e a ouvir aos outros. É preciso deixar que o timbre único se adeque ao colorido do grupo. Por isso, ensaiamos bastante e procuramos sempre cantar de memória, para que elas estejam 100% focadas em como contribuir para o todo sonoro”, afirma a maestrina.

O que nós buscamos é um resultado sonoro, um som uniforme, o som do todo. Isso é muito diferente do som individual de cada um e as crianças aprendem a se ouvir e a ouvir aos outros. É preciso deixar que o timbre único se adeque ao colorido do grupo.

Mariana Menezes, maestrina do Totus Tuus

Outra consequência disso, segundo ela, é que as crianças se tornam mais sociáveis, mais amigas. Colocar uma criança no palco também é um trabalho de construção da auto-estima e da responsabilidade. As crianças do Totus Tuus já cantaram em uns dos maiores palcos do mundo. Já cantaram em Lourdes na França, em Fátima, Portugal, fizeram várias turnês nacionais como a turnê deste ano em Minas Gerais e possuem compromissos agendados em Roma para o próximo ano.

“Estar no palco, ser aplaudido de pé, é sempre uma experiência de muita emoção para as crianças. Elas percebem como são recompensadas quando se entregam com foco para uma atividade. Com ensaios, com planejamento. Também, como minha obrigação, eu digo quando uma apresentação ou ensaio não foi bom. Quando não atingiram a música que eram capazes de atingir por causa de distrações ou falta de engajamento. Isso é entregar a elas o senso de responsabilidade. Elas precisam entender que as vozes são delas, que para todas as atividades que fazemos e iremos fazer ainda na vida, é preciso comprometimento”, diz. Há ainda os benefícios como melhora da memória a longo prazo, desenvolvimento do raciocínio rápido e habilidades pontuais como o uso correto do corpo e da forma de respirar.

Atualmente a Maria Julia não participa dos projetos da Enlace, devido a sua grade escolar. No projeto Mais Arte, que funciona de segunda a sexta, no horário do contraturno, outras 50 meninas estão tendo as mesmas oportunidades que ela, recebendo formação humana por meio das artes. 

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